Aikido Yamabiko no Des
André Okada Teixeira
Data do evento: 21/09/19
 

Tese para Shodan

São Paulo, 21 de Setembro de 2019

Aikido Yamabiko no des

Há quase 10 anos atrás fui agraciado pelo Sensei Wagner a ministrar treinos para os alunos que estão iniciando no Aikido e uma vez por mês temos aulas ministradas pelo professor Alexandre Bull, para padronização das técnicas e agradeço ao Professor Edgar Bull que deu a ideia de introduzir textos para reflexão nessas aulas. Muitos desses textos escritos pelo Sensei Wagner em muitos deles falando sobre o verdadeiro sentido do Aiki.
Em um dos textos o Sensei Wagner explica que depois de aprender as técnicas básicas e estiver bem redondinho, o próximo passo é desenvolver o Aiki, para que as técnicas realmente possam funcionar em um conflito. Vejo que muitas pessoas não acreditam no Aikido como uma defesa pessoal, provavelmente porque não aprendeu a desenvolver o verdadeiro Aiki, pelo menos não para essa determinada situação. Entendo, lendo os textos do Sensei Wagner, que em muitas situações desenvolvemos o Aiki, não necessariamente praticando Aikido, mas muitas vezes em situações que praticamos dia a dia, como por exemplo, um motorista com prática dirigindo um carro, onde se torna uno com o carro, trocando a marcha, olhando pelo retrovisor e dando à seta tudo de forma automática, quase que fazendo tudo ao mesmo tempo, harmonizando com o carro, fazendo com que não haja conflito com outros carros e sim harmonia para que não aconteça nenhum acidente.
Em 2008 eu tinha acabado de parar de treinar, pois comecei a trabalhar Campinas, e a empresa fica no centro de Campinas, um lugar hostil assim como o centro de cidades grandes. Nos primeiros dias fiquei hospedado em um Hotel que também fica no centro de Campinas. Sai para jantar e voltando para o hotel 3 homens atravessaram a rua em minha direção, nesse momento em que vi que eles iam atravessar a rua lembrei que só tinha um ticket restaurante no bolso, ainda bem que era de papel o ticket, quando eles terminaram de atravessar, um deles perguntou se tinha alguma coisa para eles, nesse momento já estava com o ticket na mão e já entreguei o ticket e continuei andando, o homem ainda perguntou, só um? De longe respondi, é o que eu tenho. Eu acho que nessa situação teve algo a ver com o Aiki, estava atento ao que ocorria ao redor, percebendo algo ruim à distância, quando percebi quando eles estavam atravessando a rua, permaneci relaxado, já esperando uma situação que eu acredito ter conectado quando entreguei o ticket, havendo uma harmonia e não um conflito que poderia gerar caso eu tentasse ir contra o que ele queria, talvez falando que não tinha nada, e quando entreguei o que ele pediu a reação foi apenas de harmonia, pelo menos de minha parte, percebi que eles ficaram sem reação e continuaram o caminho.
Há uns três meses atrás eu assisti um episódio da série “La Casa de Papel”, onde o título do episódio chama “Aikido”, mas usa o Aikido como “Usar a força do seu inimigo a seu favor”, mas se alguém entrar em um Dojo de Aikido que não esteja buscando desenvolver o Aiki, será muito difícil conseguir usar a força do seu agressor a seu favor, a não ser que seja mais forte que seu agressor, talvez consiga, mas se encontrar alguém mais forte, dificilmente conseguirá utilizar a força do seu inimigo, ou outra alternativa se for muito rápido usando o Jutsu, o que é muito difícil quando se encontra alguém que seja rápido também e que também pratique artes marciais. Muitas vezes, esse efeito contrário pode desmotiva-lo passando a achar que o Aikido não funciona como uma arte marcial eficiente, apenas aprendendo as técnicas básicas, por isso eu entendo como é necessário desenvolver o Aiki. Escrevo isso através do que eu aprendi lendo os textos e das aulas do Sensei Wagner, infelizmente ainda não desenvolvi o Aiki e vejo que estou muito longe de desenvolvê-lo, mas é possível sentir o Aiki claramente com o Sensei Wagner, por isso vejo o quanto é importante fazer as aulas do Sensei Wagner e aconselho a todos que se dediquem ao máximo para fazê-lo.
Muitas vezes o Sensei Wagner compara o Aikido como uma dança, onde Uke e Nague fazem movimentos síncronos e já vi através de vídeos que algumas escolas de Aikido, apenas mostram essa proposta que mais se parece com uma dança, e acredito que muitos professores não sabem da existência do Aiki, apenas treinando o Justu. A maioria das vezes nós usamos o Jutsu para “disfarçar” essa ausência de Aiki, mas pelo meu entendimento para que o Jutsu seja eficaz será necessário treinar muitos e muitos anos, para que seu corpo possa responder rápido, praticando dessa forma, acredito que o Aikido não diferenciaria de outras artes marciais, como Jiu Jiutsu, Judo, Karate, onde o treino do corpo ultrapassa o mental e o espiritual.
Eu acredito que a utilização do Jutsu é utilizada na maioria das artes marciais de competição, mostrando uma proposta diferente, ser superior ao outro, vencer o outro para mostrar a eficiência das técnicas da sua arte marcial ou utilizando apenas força física, e pela minha visão faz com que distanciamos de algo maior, do Universo. Uma forma construtiva de utilizar o Aikido como Jutsu, seria utilizando como Takemussu Policial, se mostrando como uma forma eficiente, onde é utilizado para conter uma pessoa sem maiores danos, mas a proposta é apenas de imobilização de um suspeito, para evitar fuga ou prisão desse suspeito. Vejo o verdadeiro Aikido como uma arte que tem que ser treinado como BUDO, visando à iluminação espiritual, a evolução do ser humano de um dia voltar a se tornar parte do Universo, assim como as religiões, mas utilizando a arte marcial.
Os textos do Sensei Wagner são muito importantes, pois explica que o verdadeiro Aiki transcende o físico, algo além dos músculos, é uma arte que visa o caminho espiritual e busca servir a Deus, por isso a prática do Aikido é muito difícil. Estamos mais sujeitos a se desconectar do Espiritual do que buscar a iluminação e a evolução, talvez achando que é algo impossível de conseguir ou achando que está muito distante e acabamos utilizando o que nós sempre fomos incentivados a fazer, força, agressão e ir contra as energias. Principalmente nos dias atuais onde só vemos guerra, injustiça, mentiras contadas pela imprensa e não sabemos no que realmente acreditar, fazendo com que nossa mente não se harmonize com o todo e não temos a conexão da mente e corpo tão necessária para a evolução e a prática do Aikido.
Um dos textos do Sensei Wagner, faz referência para você saber se sua técnica está boa:
1. Ela tem que funcionar quando o uke ataca ou resiste;
2. Você não pode fazer força muscular ao realizar a técnica, e tem que sentir que tudo sai de seu centro, e da conexão com a “terra e com o céu” (Ame no Hatchi Date);
3. Você tem que estar relaxado;
4. Você tem que sentir que esta conectada com o seu parceiro, e qualquer movimento que você fizer, afeta o corpo do parceiro, pois o corpo é o mesmo (Ame no Uki Hashi).
Dessas 4 referências dificilmente consigo sentir uma delas quando nague, mas sei que é possível e vejo que alguns alunos mais avançados já estão começando a desenvolver em suas técnicas e como escrevi anteriormente é possível ver e sentir nitidamente nas aulas do Sensei Wagner. Tudo é muito difícil, conseguir a conexão para unir com o Uke, pelo que eu entendi, tem que entrar em ressonância com o Uke, vibrando na mesma energia o que dificulta, pois cada Uke possui sua energia e o que você acha que sabe fazer, não funciona com todas as pessoas, mostrando que realmente não estamos em ressonância com o Uke, e depois de conectar tem que reverberar com o Uke para manter a conexão e movimentarmos em união com o Uke, como se Uke e Nague fosse a mesma pessoa, e muitas vezes se conectamos, ao se movimentar perdemos essa conexão o que mostra que não estamos reverberando com o Uke, fazendo uma conexão apenas parcial, isso significa que o Aiki ainda não está desenvolvido.
Um jeito de ajudar no desenvolvimento das técnicas são os movimentos com o Jo e Bokken. Precisamos entrar em ressonância com as “armas” para que façam parte do nosso corpo e assim buscar a movimentação em harmonia com as “armas” nos suburis e conseguindo fazer o Aiki nos Kumi Tachi e nos Kumi Jo, juntando nas movimentações com as armas de forma a harmonizar e não bater, assim como nas técnicas, nas “armas” devemos sempre buscar unir, harmonizar, vibrar, ressoar para conseguirmos realizar o Aiki e tornar as técnicas limpas e fluidas como alguém que canta, dança, toca um instrumento e harmoniza com a plateia. Por isso o título “Aikido Yamabiko no des”, dito pelo O Sensei, e explicado pelo Sensei Wagner, Aikido é um eco da montanha, ou seja, reverberar com o uke. Quando alguém lhe ataca você tem que entrar em ressonância e reverberar, como um espelho que reflete a imagem.
Conforme as palavras do Sensei Wagner do Aikido ser como uma dança, aprendemos as técnicas básicas como uma dança, onde Uke e Nague precisam dançar em harmonia, e quando estiver redondinho, o próximo passo é desenvolver o Aiki, desenvolvendo o Aiki o Uke vai dançar querendo ou não.
Agradecimentos
A cada dia que pensava nos nomes, iam surgindo mais nomes, e durante todos esses anos muitas pessoas fizeram parte do meu aprendizado, e gostaria do colocar o nome de todos, para não ser injusto quero agradecer a todos os professores, Sempais, Conselheiros e alunos, brancas, coloridas e faixas pretas, Shodan, Nidan, Sandan e principalmente Yondan. Todos que fizeram parte do meu aprendizado e que me ajudaram a chegar até aqui. Alguns alunos tiveram mais próximos e ajudaram mais para esse meu exame de Shodan, outras me ajudaram mais nos exames de Kyu, e tenho muito a agradecer também muitos alunos que pararam e aos que partiram. Só quero deixar meu agradecimento especial, a minha esposa, por estar próxima e me ajudar muito nos últimos meses para que eu pudesse fazer esse exame e ao Sensei Wagner que muito aprendo e evoluo a cada dia, a cada aula e a cada ensinamento, me tornando uma pessoa melhor dentro e fora do tatame. Agradeço a Deus por ter seguido esse caminho e mostrado um Dojo onde eu possa realmente aprender o caminho do verdadeiro Aiki. Com tanta dificuldade encontrada nesse caminho durante todos esses anos, possivelmente não estaria mais treinando se não estivesse treinando neste Dojo.
Domo Arigatou Gozaimashita


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