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A UNIDADE DOS OPOSTOS
AMAURY GONÇALVES GUIMARÃES
Data do evento: 09/11/19
 
AMAURY GONÇALVES GUIMARÃES



TESE PARA EXAME DE SANDAN


A UNIDADE DOS OPOSTOS



• O que são os opostos?

Quando pensamos na palavra oposto, normalmente nos vem à mente um antônimo, como “bem/mal, forte/fraco, magro/gordo”, entretanto, não paramos para entender e analisar o porquê da existência dos opostos. Ao chegarmos ao trabalho encontramos funcionários proativos e outros, preguiços OPOSTOSos, quando pensamos em política nos deparamos com pensamentos liberais e outros, conservadores, como alguma atitude pode ser boa para uma pessoa e ao mesmo tempo ruim para outra. Todos esses fatos estão e sempre estiveram presentes na vida, porém nunca os observamos com a ótica de que um depende do outro e por isso se complementam, e assim existem.

• O Taoismo e a aparição do Yin Yang.

O Taoismo foi uma das primeiras filosofias a olhar para o Universo e tentar entender a essência do todo. Foi compreendido como a trilha para o absoluto, contemplando todas as coisas existentes e inexistentes, sendo assim um grande princípio, uma consciência cósmica, ou Deus, assim como é definido em outras religiões.

Ao longo do desenvolvimento do Taoismo foram nascendo escolas de pensamentos.

A primeira escola que surgiu a partir do seu estudo foi a do Yin Yang, acreditando na existência de duas forças opostas, mas complementares, fazendo a manutenção de tudo o que conhecemos.

O famoso e conhecido símbolo que representa o Yin Yang tem o nome de Taichi. Nele, a energia do Taoismo é representada pela linha que o circunda, “o um”, onde por sua vez surge uma segunda energia o “Yin Yang”, dos quais o numero três está implícito, sendo: céu, homem e terra.

Yin Yang é definido como forças opostas e complementares que se encontram em tudo na vida. A absorção do Yang é encontrada na respiração, enquanto o Ying é absorvido por meio dos alimentos. As energias não possuem qualidades de bem ou mal, são apenas duas polaridades de um único principio, que é o Taoismo.

Embora opostas, elas formam uma unidade e são complementares. O Yang contém a semente do Yin, e o Yin contém a semente do Yang. Com isso, não pode existir algo completamente Yin ou algo completamente Yang no universo, o Yang pode se transformar em Yin e o Yin em Yang.

• A essência dos opostos nos treinos.

No começo dos treinos de Aikido recitamos a frase, “não há nada superior à verdade, seguindo as leis do universo, a cada dia seremos mais e mais felizes”. Arrisco-me a dizer que se seguirmos a lei dos opostos, sendo essa lei universal, buscando o equilíbrio, em algum momento conseguiremos atingir a plenitude. Porém, a plenitude está vinculada ao equilíbrio, jamais sendo algo eterno, uma vez que os opostos não podem ser absolutos e o equilíbrio se torna algo temporal.

Nos treinos de Aikido temos a figura do Yin Yang representada por meio do Uke e do Nague. Dois opostos que se completam para a existência do “Um” (a técnica). O Uke, representado como o atacante, ou seja, o praticante que cede o corpo através de um ataque, uma intenção energética. O Nague, representado como um receptor, um “dosador" de energia, ou seja, o praticante que recebe a intenção do Uke e coloca sua própria energia de forma que as duas se conectam e se transformam em uma só força.

Tendo essa ideia em mente, conseguimos começar a entender o porquê da importância do relaxamento nos treinos. Estar relaxado significa estar aberto para receber energia, ser o nada... Quando tencionamos nosso corpo, desperdiçamos nossa energia sem conectar com o todo. No momento de tensão, somos “um copo cheio”, onde não se tem mais espaço para a “água”.

Para entender como esvaziar a mente e relaxar o corpo é preciso entender e trabalhar o papel do oposto, ou seja, é preciso trabalhar o papel do Uke (no Aikido , para ser um bom Nague é preciso antes, ser um bom Uke), lembrando que a semente do Yin está dentro do Yang e do Yang dentro do Yin.

A tentativa do Nague de relaxar durante os treinos, em grande parte do tempo, é perdida por pensamentos que travam a energia e resulta no endurecimento do corpo. Esse é o momento em que o Uke passa a acompanhar a energia do Nague e se movimentar para que a técnica seja realizada, e assim os polos do Yin Yang se invertem.

Treinar relaxado, sem fazer força física, buscando acompanhar o parceiro para entender a sua energia, não significa treinar de forma fraca! Mas sim, pelo contrario, se nos concentrarmos na lei dos opostos, vamos observar que a forca absoluta só pode ser alcançada com a ausência da mesma, como em uma mola que quando pressionada se mostra forte por meio da ausência de força, que no inicio é acompanhada com uma absorção e conexão, e depois que as duas intenções foram somadas, objeto e mola, a energia se torna muito mais poderosa e incisiva.

Por isso, temos que o treino deve ser conduzido de forma relaxada e sem “força”, para que, assim como a mola, consigamos encaixar e conectar com qualquer energia que estivermos recebendo, entendendo a carga dos opostos (Yin Yang) e nos tornando um com essa energia, o “Uno com o Universo”.







• Bibliografia e Fontes de pesquisa


- I Ching: O Livro das Mutações.

- Tao-Te King (textos e comentários de Richard Wilhelm).

- Conhecimentos trazidos durante as aulas pelo nosso Shihan Sensei Wagner Bull.


• Agradecimentos


Primeiramente gostaria de agradecer a Deus, natureza, Universo, por estar presente em nossas vidas para que possamos buscar o aperfeiçoamento e a conexão com o todo.

Gostaria de agradecer a minha família pela existência e a minha criação.

Agradeço ao nosso Sensei, Shihan Wagner Bull, por toda sua dedicação com a arte do Aikido, sua persistência para com o aprendizado da vida e acima de tudo sua vontade de transmitir esse conhecimento para nós alunos. Obrigado Sensei por estar sempre pedalando sua “bicicleta” do conhecimento na nossa frente, nos dando a possibilidade de observar e tentar reproduzir os movimentos, treinando para que um dia possamos tirar as “rodinhas” e “pedalar” como o senhor.

Agradecimento aos instrutores do Instituto Takemussu: Alexandre Borges, Rafael (Rafinha), Claudineis, Claudia (Claudinha), Matsuda, Satie. Agradeço todos pelas dicas e por cederem os horários das aulas para poder treinar para o exame.
Agradecimento especial ao Instrutor Marcus Ucci por toda nossa amizade dentro e fora do tatame, obrigado meu irmão. Ao Consani, Fabiana e Waldir por toda a ajuda com o exame. Ao Shidoin Alexandre Bull pelos puxões de orelha, e ao Edgar Bull pela amizade e ajuda com o exame.

Agradecimento aos faixas-pretas e conselheiros: Bala, Cristina (Cris), Flavio, Gomig, Marcelo, Suzana, Pati, Andre, Danilo 1, Danilo 2, Camilo, Rogério, Ednei, Lucélio e todos que me ajudaram e me ajudam no meu caminho.

Agradeço a todos os Kyus, desde o faixa branca que entrou ontem no dojo, até o mais graduado faixa marrom, pois a essência do Instituto está em todos os alunos.


Domo Arigato Gozaimashita


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